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Mobilidade Urbana: gestão e cidadania < Voltar Abril 02, 2014 BY ThR Soluções

O tema que é considerado gargalo em todos os grandes e médios municípios brasileiros tem demandado muito debate, estudos e buscas de recursos e ações de entidades públicas e da sociedade civil organizada. Acompanhamos, cotidianamente, as notícias de revisões de planos diretores, desapropriações, construções de pontes e redirecionamento de fluxos, estabelecimento de calhas para coletivos e criação de ciclovias em uma luta inglória onde conceitos matemáticos e físicos jamais são contemplados.

Em um país onde as políticas são estabelecidas em torno da cultura e paixão que se tem pelo automóvel se torna ainda maior o desafio de conceber planos de mobilidades que alcancem graus satisfatórios de viabilidade e eficiência. Se os subsídios para a aquisição de veículos novos forem sempre mais vantajosos que os oferecidos para implementação e uso dos modais coletivos e sustentáveis o caos é a única garantia que teremos.

Em tempos nos quais cidades como a capital dinamarquesa, Copenhagen, caminha para que mais de 50% da população adote como estilo de vida o deslocamento com bicicleta, vivemos em uma insistente cultura onde andar de bicicleta causa vergonha e até desprestígio. O sucesso profissional ou social de um brasileiro parece estar diretamente ligado ao padrão do veículo com que ele “desfila”, independentemente se está quitado ou financiado.

Como em muitos outros setores, o tema mobilidade requer uma visão mais ampla e multidisciplinar onde cada ator tem papel de grande responsabilidade. Ao poder público e planejadores de nossas cidades, a quem sempre remetemos as responsabilidades, recai, de fato, o imperioso papel de contínuo planejamento, regulamentação, gestão e implementação resultante de políticas contemporâneas e coerentes com a realidade de cada território, região e município.

Legados que ultrapassem os prazos de uma gestão, muitas vezes, não são reconhecidos nas urnas e, frequentemente, preteridos por ações cosméticas e populistas que apenas asseguram sobrevida no poder. As mudanças e implantações estruturais são, todavia, as que garantem eficiência e solidez a um edifício.

E qual é nosso papel como cidadão? Pagamos impostos e esperamos pela resposta em forma de obras, serviços, melhorias e segurança para as nossas cidades. Mais do que isso, somos nós que desenvolvemos ou perpetuamos o ambiente cultural em que estamos inseridos. A limpeza de uma cidade ou estádio de futebol pode ser mantida pelo hábito individual ou de um pequeno grupo de pessoas de não deixar o seu próprio lixo no chão. A carona compartilhada com colegas de trabalho ou faculdade pode manter até quatro vagas livres no estacionamento, ruas mais tranquilas e seguras e ambiente menos poluído. O saudável hábito de caminhar algumas quadras ou pedalar alguns quilômetros até o trabalho tem efeito ainda maior ao permitir experiências sensoriais urbanas e humanas.

O perfil de uma sociedade, seus interesses e as escolhas que fazem são os elementos que compõem e determinam os planos de seus governantes. Para encerrar, compartilho o pensamento do filósofo dinamarquês Soren Aabye Kierkaard: “acima de tudo, nunca perca a vontade de caminhar. Todos os dias, eu caminho até alcançar um estado de bem-estar e me afasto de qualquer doença. Caminho em direção aos meus melhores pensamentos e não conheço pensamento algum que, por mais difícil que pareça, não possa ser afastado ao caminhar”.

Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/mobilidade-urbana-gestao-e-cidadania/89665/

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